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Brownie Petit Gâteau Sorvete de Limão Siciliano



A diferença entre o Brownie e o famoso Gâteau (o tal Petit Gâteau) é o tempo que fica no forno e a forma que você usa.

A Massa:

Derreta 150 gramas de chocolate meio-amargo (pode ir no micro, mas vá de 30 em 30 segundos, mexendo, para não queimar) e misture com 125 gramas de manteiga (pelamordideus, sem sal). Reserva.
Na batedeira, bata 3 ovos inteiros e mais 3 gemas. Junte 125 gramas de açúcar de confeiteiro e continue batendo até ficar branco.
Em banho-maria, coloque essa mistura junto com o chocolate e a manteiga e misture devagar, até ficar cremoso. Retire do fogo e vá acrescentando, devagar, aos poucos, 100 gramas de farinha de trigo peneirada, mais uma colher de sopa de chocolate em pó sem açúcar peneirado (aquele da Nestlé, dos Frades) e, se quiser, umas 40 gramas de castanha do pará moídas ou para Brownie, nozes que são mais tradicionais.


Para o Gateau


(na verdade esse chama-se Gros Gâteau):
Encha as forminhas de alumínio, untadas com manteiga e polvilhadas com farinha de trigo (não deixe excesso, dê uma leve batidinha para a farinha sair) e coloca na geladeira por, no mínimo, duas horas.
Quando chegar a hora de servir, pré-aqueça o forno por 10 minutos a 200º e coloque as forminhas por 8 a 9 minutos. Retire, espere uns 5 minutos e desenforme com cuidado porque quebra muito fácil.



Para o Brownie:


Se quiser fazer o Brownie, unte e esfarinhe uma forma quadrada e coloque essa massa. Deixe por 20 a 25 minutos em forno a 200º.
Sirva com sorvete de creme, limão ou de pistache ainda quente.

Uma criação muito legal é acompanhar o sorvete de limão siciliano, fácil de fazer a partir de creme de leite fresco batido, açúcar e raspas da casca do limão.

Batatas Foundant




Batatas Foundant
Um excelente acompanhamento para carnes, mas pode ser comida de qualquer jeito de tão bom que fica.
Elas ficam crocantes por fora e um nougat por dentro, por isso o nome "fondant".
Lave bem e seque as batatas.
Descaque e lave novamente em uma vasilha até a água ficar transparente (sempre faça isso, mesmo que for apenas para fritá-las, pois assim retiramos o amido e elas sempre ficarão mais crocantes).
Corte em pedaços largos, de uns três centímetros.


Leve à uma frigideira que possa ir ao forno as batatas em um pouco de azeite, tomilho e manteiga.
Deixe corar um dos lados.
Coloque um pouco de caldo de galinha e leve ao forno por 20 minutos. Após esse tempo, retire e espereuns 2 a 3 minutos e sirva.
 
Aproveite o fundo da frigideira e faça um molho de sua preferência para colocar sobre o frango. Nessa foto ele foi acompanhado de um molho de pimenta.

 

Sanduiche de Frango Diferente



Sanduiche de Frango
Muitas vezes estamos sem vontade de comer comida. A pressa, a preguiça...
Hoje eu estou assim, muito mais para um sanduiche do que fazer aquele prato elaborado.
Um sanduba bem fácil de fazer e que fica maravilhoso, pelo menos para meu gosto.
Comece fazendo o Aioli (bata um ovo,uma colherinha de mostarda, óleo vegetal de canola, sal,pimenta do reino e um dentinho de alho amassado) e coloque o peito de frango em água fervente com salpor 15 minutos. Desfie o frango.
Misture com cenoura ralada, salsinha e cebolinha frescas e picadas, pimenta do reino moída na hora e passas brancas sem sementes.
Passe as fatias de pão na frigideira com um pouco de manteiga,
Monte e pape !!!!

Torta mousse de limão e chocolate.



Torta mousse de limão e chocolate.
Começe por fazer a massa base, a pâte sucrée (massa podre) ou a pâte sabléé (massa areia).
Eu opto sempre por essa última e fiz assim: .
Misture a manteiga com o açúcar impalpável (pra quem não sabe é o açúcar de confeiteiro que foi triturado acrescido de amido de milho) e misture até o açúcar derreter.
Coloque um ovo e misture. Você pode aromatizar com raspas de limão. (Nessa fase, vocêpode usar o fuet).
Agora coloque a farinha peneirada junto com um pitada de sal. Agora troque o fuet pelo pão-duro, a espátula de silicone, e misture bem até a farinha estar totalmente dissolvida.
Com as mãos, faça uma bola, coloque em um bowl e cubra com filme plástico. Leve à geladeira por, no mínimo, três horas antes de esticá-la.
Leve ao forno para dourar, por mais ou menos 18 a 20 minutos, na temperatura de 180º. Deixe esfriar.
Com a massa fria, vamos colocar o recheio com a mousse de limão.
A mousse se faz misturando no liquidificador uma lata de leite condensado, uma lata de creme de leite sem o soro, uma lata de suco de limão peneirado e gelatina sem sabor, que deve ser dissolvida antes de acrescentá-la. Se quiser, nessa fase, acrescente zest de limão (a casca dolimão bem picadinha).
Coloque sobre a massa e leve por três horas na geladeira.
Você pode dar a forma que quiser, dependendo da forma que usar. Pode-se fazer individuais como na foto ou para toda a família, sendo bem mais fácil essa segunda opção.
Depois da mousse estar firme e gelada, vamos cobrir com chocolate, que na verdade não é puro e sim o famoso ganache, uma mistura em partes iguais de chocolate meio-amargo com creme de leite, se possível fresco.
É uma receita trabalhosa na primeira vez que fazemos, mas com o tempo ela se torna muito fácil de se fazer e você pode usar outros tipos de recheios como o de morango, de maracujá, etc.
A massa pode termuitas variações dependendo do recheio. Você pode faer a massa Crumble adicionando castanhas do Párá ou amêndoas moídas.
Aproveitando, se retirar o açúcar da massa Sablée, você tem a pâte brisée usada em tortas salgadas.


Geléia de Jabuticaba, Parfait de licor de Laranja, Chips deLaranja



São vários passos nessa receita.
Primeiro coloque uma laranja dentro do freezer. Isso mesmo, deixe-a por uma hora, assim facilitará cortar bem fininho(pode usar a mandolina ou cortador de legumes).
Polvilhe com açúcar e leve ao forno bem baixo por uns 40 minutos. Retire, vire e polvilhe o outro lado com o açúcar e volte ao forno por mais uns 10 minutinhos.
Precisa paciência, mas depois podem ser guardados em um pote fechado e em lugar seco por um bom tempo.
Agora façamos a geléiade jabuticaba.
Para cada kilo de jabuticaba, coloque 250 gramas de açúcar.
Esprema com as mãos e leve ao fogo médio, mexendo de vez enquando. Quando engrossar, deixe esfriar um pouco e passe pela peneira para retirar as cascas e as sementes.
Reparta ao meio e com a metade acrescente o mesmo volume de água e gelatina sem sabor. Leve ao fogo e quando ferver, desligue, coloque nos potes e leve à geladeira por umas duas a três horas;
Volte ao fogo o restante da geléia para depurar mais um pouco e fazer a calda.
Para o Parfait de licor de laranja, bata duas gemas em banho-maria e vá acresentando 120 ml de leite integral. Mexa até engrossar com o fuet. Não deixe ferver para não virar omelte, hehe!!
Coloque sobre um vasilha com gelo para esfriar e acrescente creme de leite batido em ponto de chantilly (mas sem açúcar), as duas claras que sobraram dos ovos que usou, batidadas em neve e 50 ml de Cointreau ou outro licor que prefira. Deixe esfriar na geladeira.
Retire a felatina da geladeira, bata creme de leite fresco sem açúcar e coloque por cima. Ladeie com o parfait de laranja e por cima coloque o chips de laranja e a calda de jabuticaba.
Dá trabalho, mas você tem como resultado, além desta sobremesa, uma geléia e uma calda que podem ser usadoas em outros preparos.
Good luck !!!

Macarrão, Bracholas, Palheta, Brusquetas...e muito mais





 



 

(Essa postagem está concorrendo ao prêmio de melhor postagem humorística de 2011 pela Associação de Blogs do Brasil... Não sei porquê, foi tudo tão sério, hehehe!!!)



Ah... Se a gente pudesse...








São tantas coisas que nós pensamos que gostaríamos que fossem verdade.




Voar, adivinhar os resultados da Megasena, saber o futuro, ter visão de raio-x, ser invulnerável, ser famoso, tantos e tantos desejos.

Essa noite eu fiquei pensando nisso:

E se eu pudesse escrever uma carta às pessoas que já se foram deste mundo?

E melhor ainda, se recebesse uma resposta.

Tantas dúvidas cairiam pelo chão, não é verdade?




Se eu pudesse fazer isso, escreveria à minha avó, que era uma mulher de mão cheia na cozinha, de um humor delicioso e uma simpatia que faria você apaixonar-se por ela em segundos, e seria, mais ou menos, assim:




Oi Vó, que saudades !!!


Faz tempo né. As vezes eu até esqueço de como era bom quando estava aqui conosco.
Confesso, que na época eu nem dava muita importância a isso, acho que era a famosa tolice juvenil, mas agora fico pensando em quantas vezes eu podia ter aproveitado mais sua companhia.

Fico lembrando de algumas coisas e tenho tanta vontade de perguntar como a senhora fazia pra ficar tão bom, com aquele gostinho de "colo", de aconchego, de família.
É tão difícil conseguirmos colocar esses ingredientes nos nossos pratos, mas, a senhora fazia isso tão bem que deixou muitas saudades, pelo menos, aqui dentro de mim.

Se puder responder essa carta, gostaria de perguntar algumas coisas, já que sei que a senhora, com certeza, está me acompanhando aí de cima e fica vendo que meu trabalho, hoje em dia, é fazer as pessoas ficarem felizes com as comidinhas que eu preparo para elas.

Algumas vezes, enquanto estou cozinhando uma massa, sinto até o gosto daquele macarrão com bracholas que servia nos domingos que a gente ia te visitar. Já tentei fazer igual, mas não deu.
Ainda falta alguma coisa que eu não descobri.

E os brigadeiros que a senhora fazia, gigantes, só para não deixar os netos sem um docinho depois do almoço.
Ah, aquilo era como chegar aí onde a senhora está agora. Era um pedacinho do céu aqui na Terra.

Por falar em Terra, as pessoas andam alvoroçadas por aqui. Perdeu-se muito daquilo que a senhora chamava de "Joie de Vivre", a alegria de viver e viver bem.
Sei que para começarmos a ter essa alegria, um bom começo se faz à mesa, com a senhora mesmo sempre disse.

Será que a senhora podia me mandar as receitas explicadinhas?

Bom, eu vou parando por aqui, porque a senhora deve estar ocupadíssima com o vovô, com as tias e os outros, afinal a senhora sempre foi o centro da alegria da casa aqui embaixo e não deve ser diferente aí em cima.

Aquelas balas puxa-puxa de limão que a senhora fazia, seriam meu pedido de última refeição, se eu pudesse escolher. Chego a sentir o o gosto delas quando lembro da senhora, mas essas eu nem ouso a pedir a receita. Nunca ficarão do mesmo jeitinho que a senhora fazia e eu ficava olhando puxar, esticar, amassar, puxar de novo...
Confesso que enquanto olhava, minha boca enchia de saliva. As vezes tinha que engolir para não fazer sujeira no chão.
Que saudades, não só das balas, mas de vê-la as fazendo. Acho que não dei o devido valor na época e hoje apenas posso lamentar isso.


Manda um beijo pra todo mundo e diga que um dia eu "terei" que visitá-los "pessoalmente", porque isso não vai dar para fugir. Só não sei se vou para o mesmo endereço que estão. Nem sempre fui bonzinho, como a senhora, pra merecer isso.


Um beijo do seu neto na Terra, por enquanto.





Demorou um tempo para eu receber a resposta, afinal os correios tanto aqui quanto os de lá são bem ruinzinhos.
A carta veio meio amassada, enrugada por água, com selo ilegível, do mesmo jeitinho que aqui embaixo, mas, chegou.

Peguei uma reconfortante xícara de chá, sentei no meu sofá e abri a carta com facilidade, afinal a cola que fecha os envelopes nos correios de lá é igualzinha a dos correios daqui, uma água com farinha muito sem vergonha.

Ansioso, comecei a ler.
E nela estava escrito assim:



Oi querido neto.

Que bom que escreveu. Estava com saudade, também, de conversar com você. Às vezes te chamo, mas você não escuta, parece surdo, pô.
Precisa prestar mais atenção nos chamados. Outras vezes eu faço balançar as árvores com um leve brisa, às vezes eu ilumino a sua sala com raios de sol, mas todas essas vezes você nem percebeu o quanto isso é incrível.
Sinto falta de tudo isso, embora não possa reclamar da estadia aqui, mas sinto falta até das gotas de chuva me molhando. Aquelas gotas que tanto você reclama quando caem bem na hora que vai abrir seu restaurante. Mesmo elas, você tem que aproveitar e, até, agradecer, porque aqui não tem nada disso. A chuva sempre cái pra baixo daqui.


Sempre olho pra baixo e vejo você, correndo pra lá e pra cá. De vez em quando, fico até tonta, mas, não tem um minuto que eu não sinta saudades de ter você no meu colo e, às vezes, até sinto seu peso amassando minhas pernas etéreas.
Outro dia, estava, até, conversando com seu avô sobre isso, mas ele cismava em ficar apalpando minhas asinhas.
Os homens dessa família, hum....vou te contar!!!



Aqui é muito bom, não tem guerras, brigas, fofocas, inveja, tramóias e barulho, a não ser quando vocês, aí de baixo, mandam uns foguetes que passam zunindo por aqui. Tem uns satélites muito barulhentos que de vez em quando passam perto, mas, de resto é uma calmaria sem fim, só quebrada quando temos uma reunião de condôminos ou um almoço com os amigos em alguma nuvem por aí.

Chamamos aqui de paraíso, também, porque não tem políticos nem banqueiros. Eles até tentam entrar, mas quando apresentam o "curriculun" na portaria são barrados pelo Pedro.



Na sua cartinha, você diz ter saudades das minhas bracholas com macarrão no domingo em que vinham me visitar, mas elas não tem nada de mais. Tinham muito carinho, isso sim, porque sabia que vocês gostavam muito e eu me esmerava em fazê-las bem feitinhas.

Eu fazia assim, mas peço desculpas porque usei bacon e lingüiças, quando as tradicionais usam só o bacon, porque elas estavam mais baratas aqui no Pão do Céu, o supermercado daqui. Todo domingo seu avô me leva lá e eu me esbaldo.

Além do mais, acho que ficaram mais gostosas, até.
Vou mandar uma foto com elas abertas, acompanhando um Penne, porque sabes o quanto teu avô gosta deste tipo de macarrão, assim como você gosta, que eu sei:




Eu peguei uns bifes de contra-filet escondido, por que aqui a maioria é vegetariana. Tem vacas andando por todo lado. Parece que estamos no céu dos hindus, hehe!!.
Agora entendo que só existe um céu pra todo mundo. Vocês, aí embaixo, é que complicam tudo.


Abri a carne para ficar fininha com o martelo do Thor, que gentilmente me emprestou, mas quer comer aqui, também. O bom que ele é o deus do trovão e, se acabar o gás, ele esquenta o rango com os raios dele.

Depois que deixei os bifes fininhos, temperei com sal e pimenta do reino (você sabia que ela é originaria da Índia, né, e chama-se "do reino", porque a Inglaterra, que era o maior "reino" do mundo na época, dominava esse país).

Peguei as lingüiças e cortei elas de comprido em quatro partes. Fiz o sinal da cruz e repeti o mesmo corte com a cenoura.

Aí eu temperei com salsinha fresquinha da horta do Francisco. O duro é que de vez enquando ele fica peladão por lá. Mania do Chico desde que largou todas as riquezas e as vestes para abraçar a pobreza. Virou santo, mas dá uma vergonha ver ele assim.



Coloquei uns ovos cozidos e cortadinhos, porque lá na terra que nasci, se faz assim.


Fiz uma trouxinha com as cenouras e as lingüiças e "amarrei" com as fatias de bacon, assim facilita muito na hora de enrolar esse recheio com a carne.

Enrolei o bife e espetei uns palitos pra prender as pontas. Preciso sempre lembrar de tirá-los. Outro dia a Edwiges quase morreu, outra vez, engasgada. Imagina se eu posso ficar devendo uma coisa dessas pra ela, ainda mais ela que cuida dos endividados daí de baixo. Tô até com peninha de tanto que ela anda trabalhando.

Precisava de um panelão, por que tinha muita gente aqui querendo experimentar. Aí não teve jeito, pedi emprestado ao Lucifer, que veio fazer uma visitinha e tentar vender uns títulos do clube dele lá embaixo. Disse que a coisa era quente, mas, sei que lá tá cheio demais pro meu gosto. Detesto esses climas quentes, você sabe.

Coloquei bastante óleo e deixei fritando bem, até ficarem douradinhos.

A diferença da brachola (alguns chamam de brachiola, sei lá por que) e do bifê a rolê é pequena, mas a brachiola (ou brachola) leva ovos e não é feita na pressão, por que naquela época nem tinha essas modernidades de panela de pressão.

Quando eles ficaram bonitos, bem cozidinhos, eu coloquei os pomodoros, aqueles tomates já prontinhos que são uma mão na roda para fazer um suculento molho de tomate.

Cozinhamos um montão de macarrão e lascamos queijo ralado nele.

Demorou um pouquinho, então, enquanto a galera celestial esperava, fiz uma bruschettas pra eles. Já tinha gente me mandando pros quintos dos infernos pela demora. Que pecado !!!



Peguei o pão, levantei e dei graças aos céus (por aqui é meio obrigatório fazer isso).
Depois passei um dentinho de alho nas fatias, menos pro Vlad, ele detesta alho, e coloquei um pouco de molho de tomate e uns pedaços de mozzarella, da lingüiça que sobrou da brachola e orégano.

O duro quando a gente parte o pão aqui, é que logo vem chegando aquela turminha dos doze amigos do Jesus com aquele papo de "vamos repartir, vamos repartir" e quase não sobra nada pras bruschettas.



Coloquei no forninho do meu amigo Vulcano e em minutos estava pronto. Segurou a galera enquanto preparava a pasta com as bracholas.

O filho do dono deste lugar é um cara pra lá de simpático, mas ele é meio desleixado, muito barbudo e cabeludo, parece um hippie. Ele chama-se Jesus, mas os íntimos o chamam de Jê.
Vive cercado de gente, mas, também vou te contar, o rapaz diz que ama todo mundo. Muito dado esse rapaz!!!

Ele viu que tinha pouco vinho, levantou as mãos, pensei até que ele ia reclamar, mas ele fez um milagre e surgiu vinho em tudo quanto era jarra. Bebi até não poder mais.

Era um vinho muito bom que apareceu do nada e de graça. Até pensei em guardar um pouco e servir com umas bolachinhas bem fininhas que eu faço pra levar na missa de domingo. Lá eles são muito pão-duros, só dão uma pra cada um. Por isso que o pessoal não engole. Ficam enrolando com ela na boca pra durar mais.

A moçada adorou a exibição. Parecia o Moisés quando sirvo a minha sopinha e ele fica dividindo ela no meio para colocar uns croutons.
Sempre capricho muito na comida dele com medo das pragas que ele pode mandar em cima de mim. O Ramsés, também, morre de medo dele.

Por falar nisso, o Moisés tem novidades: Já re-escreveu nove dos dez mandamentos. Falta um só.
Ele tá em dúvida naquele sobre cobiçar a mulher do próximo. Ele acha que não pega mais esses lance aí embaixo. Ele ia publicar "Não cobicará a mulher "e" o homem do próximo", mas na hora de imprimir as tábuas, travou o PC dele. Aí sim eu vi o que é rogar pragas !! Pobre Bill Gates, espero que não esteja morando no Egito.
Outra novidade é que eu dei, no aniversário dele, um celular com GPS, assim ele não fica mais 40 anos perdido no deserto. Ele amou, tá todo posudo andando por aí com ele. E sem se perder.

Quase todo mundo ficou de porre com o vinho do Jê, mas o pessoal daqui tem que se controlar, se não o chefão manda lá pra baixo de novo e ninguém quer voltar para aí.

Teu avô já ficou ligado e fez uma proposta para engarrafar e distribuir a produção Dele, mas Ele não aceitou e disse que quem manda mesmo é o Pai que não pode comparecer hoje porque foi ver o jogo com o Paulo, que mantém um time por aí no Morumbi e vive pedindo ajuda pra Ele, mas parece que nem com Ele a coisa anda bem.



Comemos quase tudo, mesmo correndo o risco do pecado da gula, mas desperdiçar, também, é pecado.

Chato mesmo foi o David que trouxe um tal de Golias e o cara é grande pra cacete e comeu muito. O tampinha até que é legal, mas o altão é um guloso de marca maior.



Depois foi um tal de procurar um cantinho pra deitar e tirar uma sonequinha, menos o Sidarta que ficou sentadinho no canto. Foi o que mais comeu, também tá gordo feito sei lá o quê. Tá lá até agora. Parece o Buda !!!

Mas você me perguntou como eu fazia aqueles brigadeirões, né?

Eu chamava de "Palheta". Acho que eu misturava o nome daquele doce italiano chamado "Palha italiana" (bom se é um doce italiano tinha que se chamar palha italiana, dããã!!!) e eles tem muito a ver. Só que em vez de biscoitos, eu usava um bolo de chocolate bem molhadinho.



Olha, eu fazia assim e, como você sempre diz, prestenção:

Uma panela com uma lata de leite condensado, mais quatro colheres de Nescau e um colherinha de manteiga, em fogo baixo fazem um brigadeiro normal.
Não caia em tentação e já começa a comer, viu, porque tentação é pecado e quero te ver aqui em cima, um dia.


Fazia um bolo de chocolate bem úmido e aí eu misturava os dois, e colocava rum, mas, não vai contar pro seu pai que ele me mata de novo. Já me basta ter morrido uma vez.

Depois eu passava no granulado, chocolate raladinho ou no cacau em pó.

Lembra deles, ficavam assim:




Fica uma delícia e acabei fazendo aqui, também, mas eu e minha boca grande fui contar que ia fazer isso pra Madalena e ela contou pra todo mundo. Aí, como eu queria que ela se arrepende-se disso, também !!!!

Tive que fazer um montão, comeram tudinho, mas sobrou uns para tirar uma fotografia com a máquina do Kirlian, aquele que tentava fotografar a alma. Homem muito legal ele, mas só emplacou a máquina aqui em cima. Agora ele está desenvolvendo uma que fotografa o corpo, porque aqui só tem almas.
 
Bom meu neto querido, vejo que você está feliz, fazendo as coisas que gosta e tendo muitos amigos que sempre elogiam a sua comida. Isso é bom, sempre devemos seguir nossos sonhos.

Eu vou ficando por aqui, por que o João cismou de fazer uma fogueira e quer que todo mundo vá lá no quintal da nuvem dele dançar em volta dela.
Ele, o Antônio e o Pedro estão sempre juntos nessa época. Parecem uma quadrilha.

Manda um beijo a todos que ainda estão aí embaixo e você, veja se aproveita cada minuto, por que a vida passa tão depressa que, muitas vezes, nem percebemos e ela já se foi.

O Alan, vive dizendo que podemos ter muitas vidas, reencarnando a toda hora, mas eu não curti muito a idéia de deixar esse lugar e voltar para essa bagunça aí de baixo. Nem o Kaká quer descer de novo.

Só sinto saudades mesmo é da família e dos amigos que ainda estão por aí.
Essas são as coisas mais importantes que levamos pela vida. Aprende e valoriza isso, meu neto querido.

Deus te abençoe, mesmo não acreditando nele..

Aliás Ele morre de rir quando escuta você falando que ele não existe.
Fica na frente do espelho dizendo: - Olha eu aqui, olha eu aqui !!!

Repete a toda hora, se eu não existo, porque eu apareço em todos os lugares, quer seja em uma flor, quer seja num por de sol, vejo tudo, estou em tudo.

Cá entre nós, meu neto, essa mania de onipresença Dele já me encheu. Queria um pouco de privacidade. É duro fazer as coisas com alguém sempre olhando.



Seu avô manda um abração e manda dizer pro seu pai que todo mundo da família fica careca. Sei que é sacanagem dele, mas ele adora encher seu pai com isso.

Beijos da vovó gorda. Ainda bem que aqui no céu não tem balança, só aquela constelação, mas ela fica longe daqui. Ainda bem !!!


Dobrei a cartinha, guardei aqui no bolso da camisa do lado esquerdo e deite-me.

Dormi com um sorriso na face, mas morrendo de saudades do macarrão com bracholas da minha avó, do brigadeirão da minha tia, das coisinhas da outra avó, do cigarrinho que filava escondido do meu tio, das tardes com meu primo, dos passeios com meu avô, das conversas com os amigos que já foram, de uma amada mulher que me deixou de repente sem avisar ninguém, de...

Acho que, além do sorriso na boca, tinha umas lágrimas nos olhos, também.



**

Texto e fotos de minha propriedade. Registrado.


Gnocchi de Ricota e Espinafre



Ontem teve uma certa pessoa que ficou me atentando, como dizia minha avó, dizendo que ia comer um rondelli. Confesso que fiquei com vontade, afinal, sou viciado em massas e os Rondellis são especiais para mim. Adoro, principalmente os que tem nozes, pois acho que combinam demais com essa nóz e os molhos rosê e bechamel.

Como não sou de levar desaforo pra casa e nem de passar vontade, logo pensei:- Vou fazer, também, assim mato dois coelhos com uma cajadada: Satisfaço minha vontade e não fico por baixo.

Corri à geladeira e à despensa para ver ser tinha o necessário para fazê-los, mas dei de cara com duas coisas: Uma ricota e um maço de espinafre. Mudei a diretriz e pensei: - Uma bela salada de espinafre e ricota junto a uma carne fica muito bom, mas essa assombração dos rondellis ainda ficava me tentando. resolvi fazer e servir Gnocchis de Ricota e Espinafre.
Então vou deixar aqui a receita e podem estar certos de que fica uma delícia,é leve e não é tão difícil de fazer.

Como sempre, a Renatinha estava falando comigo no celular e resolveu fazer junto comigo, assim poderia surpreender sua família (supresa mesmo, porque ela nunca cozinha, hehe!!)

Foi deste diálogo e destas fotos que bati durante ele que saiu essa postagem que espero que gostem.


- Rê, vou fazer um nhoque com ricota e espinafre !

- Também quero, disse ela.

Então você tem duas opções: Ou pega um avião e chega logo aqui, se não vai acabar, ou faz aí.

- Vou fazer aqui, porque conheço a fera e sei que não vai ter paciência de me esperar chegar aí.
Mas...como faz?

- Simples, basta ter boa vontade. Vou mandando umas fotos pra você ver e você vai fazendo aí e vendo se fica igual.

- Como sempre, você é maravilhosamente cavalheiro (mentira, ela só me maltrata, hehe!!)

- Vamos lá. Começamos pelo início, ora pois!!!

Lave e separe as folhas do maço de espinafre.


- Já fiz !

- Agora vamos dar uma refogada nele. Coloque um pouco de azeite de oliva ou óleo vegetal na frigideira e dê uma mexida em fogo baixo. Tampe a panela por uns dois minutinhos, destampe e aguarde mais um minutinho. As folhas vão murxar e o volume vai diminuir muito, não se espante.



- Amor da minha vida, espera !! (pensei que era comigo, mas é assim que ela chama a cachorrinha dela)

- Bom, agoravamos colocar em uma peneira e deixar o espinafre com o mínimo de água. Aperte com as costas de uma concha, tente retirar o máximo de água que puder, assim irá menos farinha e o gnocchi ficará mais leve. Assim:



- Agora vamos picar, bem miudinho esse espinafre.

- Você sabe que eu sou uma negação com a faca.

- Saiba que com uma faca afiada você apenas precisa "bater" no espinafre e ele vai cortar. Faça isso muitas vezes e ficará bem picadinho.

Enquanto isso, coloque duas batatas para ferver em água com sal. Para que seja mais rápido, pique-as, assim a superfície delas aumenta e com isso o cozimento é mais rápido.



- Pegue a ricota e esmague com o garfo, deixando-a bem soltinha (algumas receitas mandam passar pela peneira, mas isso é besteira e transforma a ricota em um papa, além do que é bem chatinho fazer isso).
Agora misture o espinafre à essa ricota, mas faça bem feitinho, para que não fique aglomerados de ricota e do espinafre separados.Assim, ó:



Nesse momento, podemos colocar queijo ralado nessa massa. Não coloquei, pois quis a massa bem leve e depois de pronta com o molho, aí sim coloquei o queijo.
Agora iremos colocar a farinha, um ovo, um pedaço de manteiga na temperatura ambiente (Mais ou menos 40 gramas.Algumas receitas colocam até 150 gramas de manteiga para essas quantidades de ingredientes, mas acho exagero de calorias, embora a massa fique mais gostosa) e sal a gosto.
Se colocar o queijo ralado, irá menos farinha, no caso.

- Querido, quanto de farinha eu ponho?

- Olha Linda, a proporção correta para um gnocchi leve é de quatro para um, ou seja, se tem 400 gramas de batata, coloque 100 gramas de farinha, mas nesse caso temos que somar a ricota e o espinafre, portanto, usando duas batatas grandes, um pacote de ricota e um maço de espinafre, teremos aproximadamente um quilo, então usaremos por volta de 250 gramas de farinha. Essa farinha tem que ser colocada aos poucos para formar uma massa homogênia, tá bem?

- Sim, estou colocando e está virando uma bola!!!

- Exatamente assim. Quando sentir que está ficando coesa e firme, coloque esse dedinho lindo nele e veja se ele sai sequinho. Se sair, tá pronta. Outro método é pegar um pedacinho da massa e colocar na água fervendo. Se desmanchar na água, precisa mais farinha. Se subir, coeso e firme, ou tem farinha demais ou tá bom, hehe!!

Assim, veja:



- Agora vamos pegar um montinho e colocar sobre uma superfície esfarinhada e rolar, fazendo um tubo de mais ou menos um centímetro e meio de diâmetro. Depois com uma faca vamos cortar em pedaçinhos. Se quiser, depois pegue cada um e enrole, assim ficarão mais bonitinhos, homogênios e cozinharão por igual:



- Que lindo !!!

- Eu ?

- Não, os gnocchis, convencido !!!

- Bem, agora, em uma panela grande, vamos colocar água e assim que ferver, um pouco de sal.

Colocamos os gnocchis e assim que eles estiverem prontos eles vão subir à superfície e você, com um escumadeira, retira-os e coloca no escorredor de macarrão.

- Não vai esfriar?

- Vai, mas depois com os outros que chegam por cima e com o molho, eles ficarão na temperatura ideal.

- E como você vai fazer o molho? Que molho combina com esse espinafre?

- Quase todos. Pode ser bolonhesa, ao sugo, bechamel (molho branco), com queijos, apenas o Molho Pesto não fica muito bom, pois o manjerição e o espinafre concorrem com o sabor.

Eu fiz assim, bem simples:

Primeiro fiz um tomate concassé.

- Que troço é esse?

- Retirei a pele e as sementes do tomate maduro e piquei em quadradinhos, ou brunoise, como diz profissionalmente. Siga os passos das fotos que eu coloquei aqui embaixo:





Coloquei em uma frigideira um pouco de óleo e dourei uma cebola picadinha. Tinha uns bifinhos de mignon, então, cortei em tirinhas finas e fritei. Acrescentei o tomate concassé, sal, pimenta do reino e salsinha e cebolinha frescas, bem picadinhas. Depois que misturei aos gnocchis, uma generosa porção de parmesão ralado. E só. Poderíamos adicionar outras ervas, como a sálvia ou manjerona.



- Posso fazer com molho branco que eu gosto mais?

- Claro que pode. Eu fiz assim para um cliente:



- Aí, que lindo !!!

- Eu ?

- Não, panacão, o gnocchi !!!

-Obrigado pela parte que me toca, hehe!!!




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Renatinha é uma mulher da ficção.
Uma pessoa amiga, companheira, leal, um ser humano sem igual, um amor, que está o tempo todo comigo, quer seja ao vivo, quer seja virtualmente, que em todos os momentos, quer sejam os melhores ou piores, pude contar com ela, além de ser um mulherão.
Uma pessoa assim não existe.
Deve ser imaginação da minha mente, mesmo.







Eclairs (Patachou, Bomba de Chocolate, Carolinas, Profiteroles)









Mayday, mayday !!

-Estamos em um trincheira, acuados pelos inimigos. Precisamos de ajuda, câmbio !!!

No centro de defesa, o soldado radiofonista transmite a informação aos seus comandantes:

- Chamando o Coronel Carême, chamando o Coronel Marc Antoine Carême !!!

- Coronel Carêne na escuta.

- Coronel, o pelotão avançado está cercado e precisa de ajuda. Temos que obter ajuda de um especilista !!

- Não temos outra opção. Tentarei a linha vermelha. Chamarei o General Ripp.

- Ok, entendido, câmbio.

Após algumas tentativas chamando o famoso general, depois de tentarem tudo quanto é boteco, cozinhas, lanhouses, na casa da Renatinha, enfim, encontraram o General Ripp.

- General Ripp, temos um probleminha. O pelotão avançado está preso em um trincheira necessitando de sua ajuda.

- Cacá, temos que fabricar bombas para atirarmos nos inimigos.

- General, a solução parece boa, mas como faremos bombas ?

- Carême, vou passar as instruções das famosas eclairs e você vai tomando nota por aí. Mande os cozinheiros seguirem à risca a receita, pois massas, principalmente as doces, precisam disso para o bom resultado. Coloque-os na linha e eu direi como fazer as matadoras Patachous.


- Mas não eram bombas?


- Sim, eclairs, bombas, carolinas, profitelores.


- E porque chamou de patachou ?


- Porque elas também se chamam assim. Se forem pequenas, podem chamar de Carolinas, dependendo da cobertura e recheio, Profilteroles, pois todas tem a mesma massa base, a massa choux.


- Vamos lá, comece o mais rápido possível a "Operação Catarina de Medici".


No centro vital do exército, a cozinha, especialistas se reunem em volta de uma tigela aguardando o General Ripp passar as instruções.


- Na escuta senhor!
Aguardando instruções.


- Começamos pelo recheio, o famoso Creme Patissiere, o Creme de Confeiteiro.
Esse creme pode ser saborizado conforme quisermos. Poderíamos fazer de morango, de chocolate, de café, enfim, do jeito que queremos ter no resultado final da operação.
Nesse caso, faremos neutro, apenas com um toque de rum, pois não queremos que fique com um só sabor marcante, como no caso, o chocolate.

- Perfeito, General. Faremos neutro.

- Então, mãos à obra.


Peguem seis ovos e, em cinco deles, separem as claras das gemas. 

Vamos usar cinco gemas, então:

- Guardem as claras. Podemos fazer um suspiro (como na receita da Pavlova, postada anteriormente aqui no COOK TEM) ou mesmo uma omelete de claras, além do famoso pudim de claras.

Coloquem as gemas na tigela e mais um ovo inteiro. Mexa com o fuet (batedor de arame) ou um garfo.

Acrescentem 5 colheres de sopa cheias de açúcar de confeiteiro.

- General, estamos sem açúcar de confeiteiro. O comboio que o trazia foi interceptado pelo inimigo.

- Oficial, use o açúcar normal, o refinado, mas para bons resultados terão que bater mais, até diluir bem, sem ficar grumos nenhum. Para saberem se houve a mistura perfeita, coloque entre dois dedos (o polegar e o indicador) e friccione para sentir se está liso.

- Ok, entendido.

- Batam até formar um creme esbranquiçado. Acresça de duas colheres (40 gramas) de Amido de Milho, a famosa Maisena e continue a bater com o fuet. Depois coloque 50 gramas de manteiga na temperatura ambiente e bata até ela desaparecer.

- General, estamos sem balança para pesar a manteiga.

- Use a cabeça, soldado, e faça uma conta simples:
Se o tablete tem 200 gramas, use um quarto dele e terá 50 gramas.

- Ok, entendido e informação absorvida.

- Bateu bem até desmanchar a manteiga e ficar um creme homogênio?

- Yes, sir !!

- Coloque em uma panela, meio litro de leite integral e começe a esquentar. Se tiver favas de baunilha, coloque o conteúdo interno delas. Depois, para aproveitar bem, coloque as cascas junto, assim extrai o máximo da baunilha.

(A Baunilha, uma espécie de orquídea chamada de Vanilla, é uma das especiarias mais caras do mundo. Uma fava costuma custar entre 20 a 30 reais, isto quando encontramos e, por isso,  comumente, usamos a essência ou o extrato, que é mais concentrado).

- Mas, como faço isso, senhor?

- Com uma faquinha afiada, corte ao meio, de comprido. Depois com essa mesma faca, raspe o conteúdo e coloque no leite.

Se não tiverem a fava da baunilha, usem extrato ou essência. Se não tiver nenhum, saborize com algo, que pode, até, ser um pouco de rum, pois vai do seu gosto. As últimas que fiz usei essência de rum e ficaram excepcionais. Tivemos até problemas de intoxicação neste quartel, por comerem demais (hehe!!)

- Precisa ser integral o leite, senhor?

- Sim, desta vez é melhor usar o integral.

- Ok.

- Peguem um pouco deste leite com uma concha e coloque na mistura e mexa.

- Mas, quanto ?

- Um concha é o suficiente. Vai deixar esse creme mais fluido para podermos coar.

- Agora vamos coar tudo isso na panela onde está o leite quente.

- Coamos, senhor, e quase não ficou nada.

- Sim, eu sei, isso é uma prevenção, caso fique algum grumo, pois a Maisena, às vezes, deixa-os.

- General, mexemos tudo isso?

- Sim, em fogo baixo até ficar consistente, um creme. O creme de confeiteiro está pronto.

- General, não vai criar aquela película desagradável por cima?

- Vai, a menos que enquanto esfrie, você cubra com um pano úmido. Podemos fazer isso em pudins, também.

- Excelente dica, senhor. E agora?

-Vamos fazer a massa da eclair. Essa massa, também, é conhecida como Massa Choux. Comecemos:

Coloque 300 ml leite em uma panela média e junte 125 gramas de manteiga (Por motivos de colesterol alto, usei menos nessa receita, apenas 50 gramas e o resultado ficou bom, também). Ponha um pitada de sal, junto.





- Porque sal, general?

- O sal potencializa sempre os sabores, mas nesse caso ele, além disso, está servindo para não deixar o leite aglutinar muito.

- A manteiga já derreteu, senhor. O que fazemos?

- Coloque 150 gramas de farinha de trigo peneirada.

- Por que peneirado, se me permite perguntar, general?

- Para evitar qualquer grumo, de novo. Sempre devemos peneirá-la.

- Entendido, senhor!

- Agora misture tudo em fogo baixo, soldado. A farinha deve cozinhar, não deve ficar crua. Quando misturar bem, solta do fundo da panela. Continue mais uns instantes, para que a farinha não fique com aquele gosto horrível de farinha crua. Cuidado, apenas, para não queimar.

- Ficou um massa meio durinha, senhor.

- Isso já era esperado. É assim mesmo.





Deixe esfriar, porque colocaremos ovos e não queremos uma omelete, soldado !!!

- Para esfriar mais rápido, coloque na batedeira, mas use a raquete, não os batedores comuns, porque se não vai grudar toda massa. Se não tiver a raquete, use o globo, mas vai ter que ficar retirando a massa de dentro dele, como aconteceu comigo, pois eu não tenho a raquete (uma espécie de batedor plástico, meio reto, perfeito para massas).


- Não temos, senhor, raquete na nossa batedeira e a batedeira é fraca por aqui, General.

-  É possível fazer na mão, então. É mais complicado, mas é possível, afinal não haviam batedeiras quando inventaram esse doce.

- Senhor, dá trabalho isso !!

- Paga 20 flexões pela reclamação, oficial. Se quiser algo fácil vá na padaria da esquina e compra pronta, disse o general Ripp, lembrando que isso não é uma brincadeira de criança e sim um doce sofisticado, que pode dar trabalho, mas fica tão bom que não há amigo ou inimigo que cáia à frente destas bombas.

- Agora vamos adicionar ovos, que devem estar na temperatura ambiente, um a um. Irão quatro. A massa deve ficar meia fluida, entendeu, mas não líquida. Se necessário, colocaremos mais um ovo. Aqui colocaremos quatro ovos inteiros e uma gema.
Lembrando, a massa tem que esfriar, pois não queremos uma omelete, soldado !!!

- Excelente, general !

- Coloque em um saco de confeitar.

- Não temos, senhor !!

- Então use um saco qualquer, limpo e meio grossinho. Coloque a massa e corte a pontinha com a tesoura. Servirá de saco de confeitar.

- Perfeito, comandante !!

- Se não tiver papel manteiga, pegue um forma e unte. Depois esfarinhe, a menos que tenham um silpat, aquele tapetinho de silicone, que custa carinho, mas é ótimo de ter em casa para preparar muitas coisas, além das eclairs.

- Feito, senhor. Já esfarinhamos a forma untada com manteiga e outra com papel manteiga.





- Ligue o forno à 200º para ir aquecendo. Isso é fundamental para termos a superfície crocante e durinha com recheio macio, cheio de bolhas por dentro onde entrará o creme de confeiteiro.

Coloque a massa, fazendo uns compridinhos com ela de uns 8 a 10 centímetros.

- Leve ao forno, durante uns 6 a 7 minutos a 200º, não esqueça, e depois, abaixe o fogo a 160º e deixe até dourá-las. Retire e deixe-as esfriar.

- Enquanto isso, paga mais 20 flexões !!

- Eu não fiz nada, senhor.

- Exercícios sempre são bons, ainda mais que sei que vai experimentar essas patachous e isso engorda pacas.

- 1, 2, 3, ...

- Esfriaram, senhor.





- Agora, pegue o Creme Patissiere que fizemos. Coloque-o dentro do saco de confeitar e, fazendo um furo na ponta da massa pronta, introduza esse creme o máximo que conseguir.

- Está indo, senhor. Fizemos em todas, deste jeito.

- Perfeito, oficial.
(Caso alguma esteja com o fundo furado, não descarte. Duas fazem um sanduíche, ou seja, coloque entre duas o creme. Nesse caso, quando for passar a cobertura, cubra-as totalmente em vez de apenas cobrir o topo).
Agora precisamos apenas colocar aquela coberturinha que fica em cima, fazendo um foundant.

- Senhor, desculpe-me, mas não sei como fazer isso.

- Pegue um tigela de metal e coloque dentro de outra com água e leve ao fogo. Isso é o banho-maria.

- Entendido.

- Agora coloque açúcar de confeiteiro, manteiga e leite. Se estiver em falta leite, pode ir de água mesmo. Mexa até formar um creme. Agora, coloque cacau em pó e agregue bem. Deve ficar liso, esse foundant.

- Informação captada e executada, senhor!

- Agora pegue uma a uma as eclairs e passe a parte superior delas pelo foundant e coloque para secar em uma bandeja.

- Fizemos muitas senhor. Estamos prontos para contra-atacar os inimigos que mantém nossos aliados presos nas trincheiras.





- Mande os B-52 jogarem as bombas por toda a área onde estão os inimigos.

- Senhor, eles correm atrás delas e estão comendo feito doidos!

- Perfeito, era esse o intuito. Mande o grupo acuado se retirar na maior calma, por que os inimigos estão rendidos à essa delícia.

- Senhor !!

- Sim, o que houve?
- Nossos aliados correm atrás das nossas bombas. Estão todos comendo junto aos inimigos.

- Infelizmente, eu já esperava por isso.

Ninguém resiste aos encantos destes doces. Pobres, mas satisfeitas almas.




 

 





** Catarina de Medici, uma jovem da Casa dos Medicis, de poderosa família de Florença, Itália , ao casar-se com o Duque de Orleans, futuro rei da França, Francisco I, em uma aliança apenas por interesses, levou seus cozinheiros italianos junto à ela nessa nova vida.
Tinha apenas 14 anos, mas já sabia o que era bom.
Introduzio algumas boas coisas e podemos até dizer que foi uma patrona da gastronomia francesa. Lavar as mãos antes das refeições, acompanhar o jantar com uma bela trilha sonora, usar talheres e louças finas, estas últimas finamente decoradas. refrigerar alimentos, e sempre comer bem, muito bem, de sal e de açúcar. Antes dela, embora não haja provas, na França, sequer usava-se talheres às refeições.
Era uma mulher de excessos, gostava de viver bem e era gordinha (deve ter ficado muito mais depois da invenção das eclairs, hehe!!).

Seu confeiteiro, entre outras coisas, inventou essas eclairs para agradá-la, mas eram mais pesadas e tinham até batatas na sua assa.
Com o tempo a receita das eclairs foram mudando e Marc Antoine Carême, o mago dos confeiteiros, finalizou a receita do jeito que conhecemos hoje.
Carême, que em alguns lugares é citado como Antoin, sei lá porque, foi quem codificou as receitas que formaram a culinária francesa, o estilo Haute Cuisine (alta gastronomia francesa). Ele é considerado o primeiro chef "star". Um chef dos chefs, um chef dos reis.

B-52 é um bombardeio usado pela Força Aérea Americana para lançar bombas e é usado até os dias de hoje, com menor intensidade. Foi o bombardeiro que lançou sobre Hiroshima e Nagashaki as bombas atômicas que mudaram os rumos da humanidade em 1945.
No Exército, é comum, como punição, mandar os subordinados fazerem flexões de braços e a quantidade vai do sadismo do superior. Quando servi, isso era a coisa mais comum. Andavámos pelos pátios do quartel e sempre havia alguém deitado as fazendo e contando em altos bradosa quantidade...1, 2, 3...
Não tenho saudades nenhuma disso e esse ano que servi foi o maior desperdício de tempo que tive em toda a minha vida, mas acabou dando-me braços para poder segurar um frigideira imensa e poder saltear os alimentos sem chorar.

Falando sinceramente sobre as Eclairs, é um doce trabalhoso. Demorei por volta de duas horas para fazer toda a receita, isso porque não é a primeira vez que faço, claro que contando os tempos de forno, já que tive que fazer 4 fornadas. Cada uma demora, por volta de, 16 minutos.
As quantidades dos ingredientes foram suficientes para fazer 42 eclairs.
O foudant que recobre, normalmente, as patachous, foi mudado por mim, que usei um ganache (chocolate meio amargo e creme de leite), mais manteiga e açúcar, pois achei que com o recheio doce, do creme patissiere, calharia melhor e o resultado foi ótimo.
Incluí em algumas destas bombas um pouco de nozes picadas na cobertura.

As temperaturas citadas são fundamentais para o sucesso da receita e devem ser respeitadas.

Ao sairem do forno, retire com a ajuda de uma espátula, as eclairs do papel manteiga, pois elas grudam se esfriarem. Faça com cuidado para que não quebrem ou furem embaixo.

Devem ser consumidas em, no máximo, 48 horas por causa do creme patissiere e devem ficar em refrigeração.

O valor calórico é bastante alto, portanto, se estiver de regime, espere outra postagem menos engordativa, hehe!!!

Se fizermos bolinhas e rechearmos com Creme Chantilly, teremos Carolinas. Usadas, também, em bolos e tortas.

Se fizermos igual, mas rechearmos com sorvete e acompanharmos com caldas doces e quentes, teremos os famosos Profileroles.



Até a próxima postagem, que será sobre o delicioso Gnocchi de Ricota e Espinafre. Leve, delicioso e relativamente fácil de fazer.